
Tradições
São muitos os elementos que, ao longo dos anos, o povo de Valença atribuiu como tradições da Festa de Nossa Senhora do Amparo. Muitos deles estão cristalizados na memória afetiva e coletiva, sendo imediatamente evocados quando se fala da festa ou quando se sobe a Colina Sagrada em outubro e novembro. São lembranças das barracas que se espalham pela Ladeira do Amparo, enchendo o caminho de cores e sons, acendendo o clima festivo que antecipa o grande dia.
As bandeirolas tremulando ao vento, as gambiarras de lâmpadas incandescentes iluminando as noites, os parques de diversões que anunciam a chegada da festa com suas rodas-gigantes e novidades tecnológicas, os camelôs que transformam as ruas em corredores de comércio popular — tudo isso integra o imaginário da Festa do Amparo. Para muitos valencianos, é nesta época que se compra a roupa nova para ir à missa ou participar da procissão, renovando um costume que atravessa gerações.
A presença dos parques e suas atrações — como a tradicional águia ou barca, os carrinhos de bate-bate, os jogos de tiro ao alvo — marca a infância e a juventude de muitos. As guloseimas típicas, como maçã do amor, pipoca, pururuca, batata frita, algodão-doce, uva do amor e cana de rolete, além dos brinquedos luminosos, balões metalizados de gás hélio e artigos devocionais, compõem um cenário de intensa vivência festiva. Cheiros no ares, o brilho das luzes coloridas, o som dos brinquedos e dos pregões dos vendedores, os fogos de artifício: tudo se combina para criar uma atmosfera única que invade a cidade semanas antes do 8 de novembro.
Essa dinâmica popular movimenta não apenas a fé e a cultura, mas também a economia local. Para muitos ambulantes e pequenos comerciantes, a festa representa uma oportunidade importante de geração de renda, reafirmando o papel da celebração como um grande motor social.
Em uma dinâmica intercultural, a Festa do Amparo reafirma-se como espaço de expressão de múltiplas identidades e sociabilidades. As práticas devocionais e festivas coexistem e se fortalecem mutuamente, fazendo do 8 de novembro um marco no calendário valenciano. É a Festa do Amparo, é a Festa do Encontro, é a Festa da Identidade Cultural de Valença — vivida, sentida e transmitida de geração em geração.

























