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Poema "Memórias do Amparo"

Autoria: Adriano Pereira

Eu me lembro de tudo

A festa iniciava em outubro

O cortejo branco

O povo santo

Cheiro de alfazema

Principiava a novena

Doce o algodão

Desfazia-se na mão

Confete, maçã do amor

Pipoca do vovô

Mão de figa brilhante

Perdia-se na roda gigante

O marco era a velha castanheira

Abaixo descia a ladeira

O camelô, a feira

Era a festa da padroeira

Da Vila Valença do Amparo

Senhora mãe dos operários.

No repicar dos sinos

Na ladainha, no terço, nos hinos

No pipocar do foguete

Na cana de rolete

No descalçado pé

A manifestação da fé.

Ajoelho-me no altar

A vela acesa, fecho o olhar

Rezo pro tempo não apagar

Rogo a graça de voltar

Pros doces dias de novembro

De quando mais me lembro

Daquela linda festança

Do tempo em que era criança.


Disponível em: http://hdl.handle.net/bv2julho/1148 Acesso: 03 de jan. de 2025, às 13h



Anexos

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